“Oscar Niemeyer (será) o único brasileiro a ser lembrado, no mundo todo, daqui a mil anos”. A frase profética do antropólogo e escritor Darcy Ribeiro traduz um pouco da importância e genialidade daquele que é o maior nome da arquitetura brasileira.
Nascido no dia 15 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro, o legado de Niemeyer é reconhecido pela originalidade, beleza e ousadia, em projetos icônicos no Brasil e no mundo. Prova desta genialidade é o seu agraciamento, em 1988, com o Prêmio Pritzker, considerado o Nobel da Arquitetura.
Suas obras, que mantem o nome de Niemeyer vivo e celebrado em todo o mundo, se destacam pelas curvas sinuosas, estilo único, a exploração das inúmeras possibilidades do concreto armado e de outros recursos e materiais naturais, como a iluminação e o mármore.
Oscar Niemeyer faleceu em 2012, mas seu nome sempre será lembrado como o de um gênio que rompeu padrões e limites, criando verdadeiras obras de arte. Entre suas construções mais famosas estão os edifícios dos Três Poderes, em Brasília, o conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte, o Edifício Copan, em São Paulo, o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, além de projetos internacionais como a sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, o Centro Cultural Principado de Asturias, na Espanha, a sede da Editora Mandadori, em Milão, entre outras grandes obras. Conheça algumas delas:
Catedral de Brasília
Localizada na Esplanada dos Ministérios, a construção da Catedral de Brasília iniciou-se em 1959 e foi inaugurada em 1970, encantando por suas linhas modernas e sinuosas.
Niemeyer gostaria que a catedral fosse vista da mesma maneira de todos os pontos da cidade, por isso projetou uma planta circular. A construção tem 16 pilares em curva, com formato que se assemelha a mãos voltadas para o céu.
Para entrar na nave principal, é preciso passar por um túnel de chão e paredes negras, pouco luminoso, o que contrasta com o interior do templo, no qual predomina a luz natural e o encanto do reflexo dos vitrais desenhados pela artista francesa Marianne Peretti.
Nas cores azul, verde e marrom, os vitrais, que servem de cobertura da Catedral, fazem um contraste fabuloso com os pilares brancos e o piso interno da igreja, todo revestido em mármore.
A catedral tem um grande acervo de obras de artistas consagrados, entre elas uma réplica da escultura Pietà, de Michelangelo. Produzida pelo Museu do Vaticano e abençoada pelo Papa, a escultura é feita de mármore em pó e resina, e trata-se de uma copia feita milimetricamente igual a obra original.
Memorial Juscelino Kubitscheck
Inaugurado em setembro de 1981, O Memorial JK está localizado na Praça do Cruzeiro, um dos pontos mais altos da cidade de Brasília, e ocupa uma área total de 25 mil m², com o edifício ocupando um quinto deste espaço.
Logo na entrada, quatro espelhos d’água, em diferentes níveis, dão a dimensão da beleza do edifício monumental, todo ele revestido em mármore branco. O rico verde dos gramados conta ainda com uma imponente escultura do presidente e de sua esposa, dona Sarah.
Niemeyer dizia que a ideia era criar um projeto “deliberadamente monolítico e monumental”. Assim, o interior do edifício é uma grande área, livre de colunas, com total liberdade. Apenas o auditório fica isolado.
Palácio da Alvorada
Uma das mais importantes obras da arquitetura moderna, foi o primeiro prédio em alvenaria construído em Brasília. Residência oficial do Presidente da República, foi inaugurado em junho de 1958, sendo lar do então presidente Juscelino Kubitschek.
Situado às margens do Lago Paranoá, o palácio se destaca por suas elegantes colunas de mármore, em forma de aviões, o que dá a impressão cênica de que a construção está pousando no solo. Marca da originalidade de Niemeyer, essas esculturas, aliás, proporcionam visões diversas, conforme o ângulo de observação.
No total são sete mil metros quadrados de área, com 800 de construção destinada ao presidente. O imponente palácio é revestido em mármore e tem fachada de vidro. A frente do edifício é margeada por um grande espelho d’água, que reflete a imagem da construção e abriga as esculturas ‘As Yaras’, de Alfredo Ceschiatti, e o ‘Rito dos Ritmos’, de Maria Martins, que dão a impressão de flutuar sobre as águas.